Punta Cana!

Em razão da Copa do Mundo, consegui ficar alguns dias de folga e decidi seguir para Punta Cana. Troquei as passagens com milhas pelo smiles - dois dias antes da viagem! O resgate com milhas é uma loteria: não tinha voo de ida ou volta pelo aeroporto de Punta Cana, portanto, tive que seguir para a capital, Santo Domingo, por 15 mil milhas o trecho. Só tinha volta na sexta-feira, que me permitiria ter apenas 3 dias e meio na República Dominicana.


Tendo apenas dois dias para organizar uma viagem, passei no shopping e fiz o câmbio para os gastos com passeios e táxi. Embora a República Dominicana tenha sua moeda própria, o peso dominicano, praticamente todos os preços estão dolarizados. Brasileiros não precisam de visto, apenas pagamos uma taxa de 10 dólares num guichê antes de passarmos na Imigração.

Procurei por resorts em Punta Cana e decidi ficar no Barceló Dominican Beach, na praia de Bávaro. Existem inúmeros resorts em Punta Cana e com preços bem variados. Fiquei no mais barato (embora o hotel intermediário da rede Barceló estivesse com o mesmo preço, mas ficava numa praia mais distante, em Macao, e o ônibus de Santo Domingo até Punta Cana não deixava na porta).

É importante fazer a pesquisa em mais de um site, pois sempre encontro diferença no preço total (alguns sites mostram preços sem taxas e impostos e outros já apresentam o valor total da diária), portanto, reservei pela decolar. O quarto mais barato estava por R$143 (a decolar só apresenta as taxas no fim da compra), mas optei pela junior suite que tinha alguns privilégios, R$183 a diária.

Normalmente quando penso num destino corro para buscar por "como sair do aeroporto", todavia, foi a última coisa que fiz e me deixou assustada. Só existe uma forma de sair: táxi (costumo optar pela forma mais barata, desde que seja segura, seja ônibus, trem ou metrô). Os táxis não têm taxímetro e cobram o preço que desejam. Já tinha a ideia dos preços pela pesquisa na internet e paguei 40 dólares! O Aeroporto das Américas fica a 35 quilômetros do centro da cidade e levei cerca de 50 minutos para chegar na empresa de ônibus "Expresso Bávaro". É verdade que existem "guaguas", ou seja, vans que saem do lado de fora do aeroporto, mas pode ser arriscado.

Procurei por transfer e o valor é inferior, cerca de 68 reais, mas, ao ligar para o clickhoteis me informaram que só deixam nos hotéis listados no site e precisava ficar na sede da empresa de ônibus que faz o trajeto Santo Domingo-Punta Cana.

Sobre o voo da Gol, achei que tinha mais espaço que as aeronaves que já entrei da mesma cia. aérea. Não acreditei quando serviram uma torta de liquidificador de bacalhau do Rio até São Paulo. O voo do Rio segue para Miami e o de São Paulo vai para Orlando, mas ambos param obrigatoriamente em Santo Domingo e todos os passageiros descem. No voo de São Paulo até Santo Domingo serviram um sanduíche quente horrível, um pedaço de bolo e uma salada de frutas. Faltando uma hora para aterrissar serviram um sanduíche frio de queijo com presunto. Oferecem cobertor e travesseiro, mas não tem entretenimento. Todavia, é melhor que os outros voos internacionais da empresa, como Buenos Aires e Montevidéu.

A Expresso Bávaro fica na rua Juan Sánchez Ramírez nº31 e tem ônibus saindo a cada duas horas a partir das 7 até às 16h. Custa 10 dólares (400 pesos). A sala tem ar-condicionado, banheiro e cadeiras para as pessoas aguardarem. Os dominicanos eram a maioria no local. Só vi 3 turistas norueguesas.

O trajeto de Santo Domingo até Punta Cana levou 3 horas e meia. Chega na cidade após 3 horas, mas vai parando em vários resorts. Ao meu lado sentou um dominicano chatíssimo que era pugilista e seguia para procurar emprego. Tenho sérios problemas com banheiro (a primeira coisa que faço quando chego em qualquer lugar é saber se tem banheiro) e usei o do ônibus, mas tive que deixar minha mochila. Era um risco calculado, já que só deixo dentro os eletrônicos, mas não tinha como levar uma mochila para banheiro do ônibus.

O ônibus me deixou na porta do resort um pouco antes do início do check-in, que acontece às 15 horas. Uma viagem longa que tinha começado às 23 horas no Santos Dumont (fiz conexão em Guarulhos).

Não costumo frequentar praia e nunca estive em resort com sistema all inclusive, mas resolvi experimentar. O hotel é bonito e muito limpo. Quando cheguei já tinham reservado o jantar nos restaurantes para os 3 dias (sem reserva tem que comer no bufê), a recepcionista russa me colocou a pulseira (identificação nos resorts) e pediu que um rapaz me levasse até o quarto.


É possível caminhar no resort, embora tenha 10 blocos de apartamentos. Fiquei numa junior suite (apenas no bloco 6) que prometia alguns serviços que não estavam disponíveis nos quartos comuns: Check-in and check-out privado, identificação VIP, seleção de drinks internacionais nos bares, welcome cocktail, frutas frescas na chegada, toalha de praia no quarto, serviço à la carte gratuito, internet wifi grátis, roupão de banho. 
Na prática foi um pouco diferente. Sim, o check-in foi separado da multidão e tinha uma plaquinha com o meu nome. A internet é péssima no quarto, só funciona no lobby do hotel, mas, quem faz a reserva comum tem que pagar 15 dólares por dia para utilizá-la, realmente tinha uma garrafa de rum na chegada, mas não encontrei frutas, apenas dois canapés, recebi um cartão para pegar a tolha de praia, não estava no quarto, tampouco encontrei robe. Para quem bebe bebidas alcoólicas é melhor, pois a reserva comum tem direito a bebidas nacionais, no entanto, sempre pedia bebidas com vodka Absolut.


Cheguei no quarto e estava geladíssimo. Era grande, com uma cama king e outra de solteiro. O banheiro tinha hidromassagem. E da varanda já avistava a praia. O tempo estava nublado, mas abafado. Tomei um banho rápido e segui para o Sport Bar para ver a partida Brasil x México. O público ali era predominantemente masculino. Muitos militares brasileiros que servem no Haiti estavam passando o fim de semana no hotel.


Depois fiz um breve reconhecimento da área (e não vi tudo nos três dias). Tinha um bom café com um extenso menu, com moca, cappuccinos, frapuccinos, bolos, muffins. Aprovadíssimo. Praticamente na areia tem um bar. A máquina de refrigerante é liberada. As bebidas alcoólicas são preparadas durante todo o dia. E próximo tem uma lanchonete, com cachorros-quentes, hambúrgueres e batata frita. 



O mar é deslumbrante! Bonito e quente. É um ponto de encontro entre o Oceano Atlântico com o Mar do Caribe. Algumas pessoas preferem ficar em Bayahibe (boa opção para quem chega no aeroporto La romana), que é Mar do Caribe. Na verdade, a maioria dos resorts ficam em Bávaro, não na praia de Punta Cana.

Existe um espaço aberto para apresentação de shows diários. No primeiro dia assisti ao espetáculo de músicas caribenhas, embora estivesse vazio, e gostei. Depois jantei no restaurante japonês (com comida chinesa). É o melhor restaurante dos que visitei no resort, pois além da boa comida, o cozinheiro fazia malabarismos e interagia com todos em torno dele. Sentei entre um casal da Espanha e outro da Argentina, mas me diverti muito com todos. Ali experimentei a outra bebida local, além do rum, mamajuana! Uma mistura de ervas, rum, mel, que promete ser um viagra natural. hahaha


Bebendo mamajuana
 
No lobby do hotel tem um bar e todas as noites pedia um drink diferente. E como as pessoas bebem! Em três dias devo ter bebidos uns 15 drinks, mas me segurei com as margaritas e piñas coladas.

Tem uma boate que toca reggaeton das 12 às 2 da manhã, mas não encarei. No primeiro dia preferi ficar uma hora na hidromassagem e depois dormir com os anjos na cama que era muito boa. 

No segundo dia acordei já quase no fim do café da manhã (servido de 7 às 10), tomei banho e fui ao bufê. Tem muita comida para todos os gostos. Grande variedade de pães, bolos, omeletes, saladas, donuts, sucos naturais (diversos sabores). Só não gostei muito da aparência dos frios, fiquei apenas com o queijo branco.

O público era predominantemente de americanos, canadenses e russos. Vi até outdoor em russo. Não sei o motivo da migração, pois fica relativamente distante. Todos os brasileiros que encontrei eram do Rio de Janeiro. E do subúrbio, assim como eu! Risos. Acredito que os demais brasileiros estavam em hotéis mais luxuosos (encontrei alguns nos passeios que fiz).


Após o café fui ao lobby e reservei um passeio para Dolphin Island. O preço praticado ali era idêntico ao que tinha encontrado na internet: 145 dólares. Os passeios em Punta Cana são caros. Li comentários que não podia levar câmera e não levei, mas, na verdade, não pode tirar foto quando estamos em contato com os golfinhos, mas fora pode. Um ônibus típico foi me buscar e levou para o Manati Park. Lá assistimos a um vídeo com instruções. As bebidas estão liberadas no local. Me certifiquei que teria algo para me fazer flutuar, já que não nado, mas todos devem usar um cinto flutuante.


Uma lancha leva todos até uma plataforma no oceano. Primeiramente entrei no espaço dos tubarões e arraias. Tinha uma arraia duas vezes maior que eu! Os tubarões estavam bem tranquilos e só ficaram no fundo, não conseguimos manter contato físico. Acredito que aquela parte do oceano tenha apenas uns 5 metros de profundidade e a água é transparente. Depois seguimos para o espaço dos golfinhos, que são bichos maravilhosos. Fiquei muito emocionada. E ninguém entra conosco, os instrutores ficam do lado de fora. E um funcionário fotografa para depois vender por 40 dólares as fotos! É um absurdo, mas comprei as fotos, que nem ficaram boas. São 30 minutos de contato com os golfinhos. Mas o tempo gasto no total é 3 horas e meia. Conheci um casal de meninos de Valência, que me prometeram enviar fotos da gopro deles.


Na volta, quem diria, passei o dia na praia. Inimaginável. Sol, mar e piña colada. Vi poucas mulheres fazendo topless, mas é comum. Estou completamente vermelha porque passei protetor apenas no rosto.

Percebi que um país machista, pois algumas vezes me perguntaram onde estava meu marido ou por que não estava casada. Acham que uma mulher tem que ter a companhia masculina! Besteira, mas me canso de responder essas coisas. Me diverti muito. E pra quem viaja sozinha: nunca falta companhia. Conheci incontáveis pessoas em 4 dias.

Algumas situações são inusitadas: avistei uma cadeirante bêbada perto na piscina por volta da meia-noite. Me ofereci para ajudá-la. Era de Nova Iorque e estava de lua de mel, mas o marido dormiu após uma indigestão e decidiu ir pra rave na areia da praia sozinha. Na entrada do apartamento, levantou da cadeira e disse que sofreu um acidente na Alemanha, dormiu no volante e bateu num trem! Queria saber se eu era canadense (ninguém acerta minha nacionalidade), me abraçou e agradeceu a ajuda.

Conheci uma senhora com quase 70 anos, moradora de um bairro vizinho ao meu, dona Suely, que visitou 32 países nos últimos 3 anos! Que inveja! Que admirável!

No meu último dia em Punta Cana queria fazer o passeio que caminha no fundo do mar, Seaquarium, mas não consegui levantar no horário. Fiquei na praia e de repente decidi fazer Parasailing. Alguns homens ficam nas areais vendendo passeios e custava 45 dólares. Dei uma nota de 50 e o cara me enrolou e não deu troco, pois a lancha chegou e tive que ir. Na internet o preço cobrado é 70 dólares. Dizem que alguns são bem mais baratos mesmo (cobram 100 dólares pra Ilha de Saona, onde foi filmado "A lagoa Azul", alguns brasileiros pagaram 50 com o vendedores que ficam na areia, me chamaram mas não quis ir porque é um passeio de um dia inteiro).


Uma lancha vem voando por cima da água e pega na frente do hotel e leva para uma lancha maior, que tem o equipamento. O voo leva aproximadamente 10 minutos. A sensação é indescritível. Só experimentando. Deixei uma câmera com o dono do barco que fotografou e levei uma pequena na mão que parou de fotografar (acho que entrou areia), mas fiz dois filmes. Melhor que o registro é a emoção de "voar".



Voltei e fiquei na praia até às 18 horas! Nem eu me reconheci. Conversei por horas com dois marroquinos super simpáticos e sempre quero entender mais sobre culturas diferentes. 

No dia seguinte acordei às 4:30 da manhã, pois tinha contratado um passeio de um dia em Santo Domingo, de onde sairia meu voo, e não poderia deixar de conhecer a primeira cidade das Américas. Contratei o passeio, ainda no Brasil, na Caribbean Dream. Paguei 86 dólares via Paypal. Até encontrei por 70 em alguns sites, mas precisava levar a mala (pequena) e foi a única empresa que me respondeu e disse que poderia. Recomendo o serviço, mas provavelmente encontrará passeios mais baratos na areia. No hotel o preço era o mesmo.


Desejo que todos conheçam Punta Cana. Enquanto estive lá não senti dor de coluna (que me persegue) e não pensei em nada, nenhum problema me afligiu. Pensando bem, nada é realmente importante quando estamos num paraíso.

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Experiências incríveis!