2 dias em Varadero

Varadero é o destino de praia mais conhecido de Cuba e fica a 142 km de Havana. Tem aeroporto internacional (Aeropuerto Juan Gualberto Gómez) localizado na província de Matanzas, que opera voos diretos para Miami, Frankfurt, Paris, Moscou, Toronto, etc.




Primeiro pesquisei sobre o resort com a melhor relação custo-benefício. As notas no Tripadvisor dos hotéis medianos são muito baixas e os relatos não animam, principalmente se a pessoa já conheceu outros Resorts no Caribe. Não procurávamos luxo, logo, qualquer hotel "all inclusive" com piscina, localizado perto do mar já nos deixaria felizes. Acabei optando pelo Be Live Experience Varadero. Existem três hotéis da rede em Varadero, o escolhido anteriormente se chamava "Villa Cuba", conforme descrição nos azulejos da piscina. 

Pagamos R$653,13 por 2 diárias, logo, R$327,00 para cada, que é um preço muito bom e impossível de encontrar no Brasil. Fiz a reserva pelo site hoteis.com, pois prefiro pagar a hospedagem antecipadamente. 

Vi muitas críticas sobre resorts em Cuba, mas também é possível ficar em casa de família. Muitas casas ficam a poucas quadras da praia, embora haja relato sobre a proibição de andar na faixa de areia na frente dos resorts. Na rodoviária também vi moradores oferecendo vagas nas suas casas e o valor é negociado na hora. Os próprios cubanos dizem que Varadero não é Cuba de verdade, pois só encontramos estrangeiros hospedados. E ainda, li relatos que as redes hoteleiras estrangeiras pagam ao governo de Cuba o mesmo valor, em Euro, que pagam em seus países, contudo, os empregados recebem apenas um pequeno percentual do valor.

Enquanto planejava a viagem, deixei para adquirir a passagem Havana-Varadero no site da Viazul, que é a única companhia de transporte rodoviário para turistas. Meu amigo estava sem o cartão internacional, logo, esperamos mais uma semana, contudo, só encontramos passagem de volta (custa 10 CUC), tendo em vista que a ida no horário noturno não nos interessava. Mandamos e-mail para a empresa, que respondeu rapidamente, dizendo para comprarmos na rodoviária com alguns dias de antecedência - só disponibilizavam um pequeno percentual online

Tinha pesquisado outras opções para chegar em Varadero: táxi coletivo, que cobra, em média, 15 CUC por passageiro, mas precisa ter 4 pessoas para fechar a viagem. Ficam na porta da rodoviária. E ainda, comprar o transfer em agência, que cobraria cerca de 25 CUC. Ainda no Brasil, encontrei uma agência vendendo o transfer por 18 euros/22 dólares, a solways, que pertence à rede Meliá, logo, confiável, mas meu amigo preferiu deixar para contratar o serviço no local

No segundo dia em Havana, conforme informação do hostel, seguimos para o Hotel Plaza.  No hall do hotel funciona a agência Cubanacan. Perguntei sobre o transfer para Varadero, disse que tinha disponibilidade e custava 25 euros. A saída seria ali mesmo, no dia seguinte, às 9 horas. Não recebemos qualquer recibo e tudo é registrado num caderninho com letras cursivas.

De ônibus da Viazul, as saídas acontecem em 4 horários: 08:00, 10:00, 13:00 e 17:00. O tempo de viagem é de 2h45, em média. E a volta ocorre nos seguintes horários: 12:00, 14:00, 16:00, 18:00. O lado negativo de ir de ônibus: precisa pegar um táxi até a rodoviária, que fica no bairro de Novo Vedado, logo, deve ser somado o custo do táxi (cerca de 10 CUC) + o valor da passagem (10 CUC) + o valor do táxi da rodoviária de Varadero ao hotel (10 CUC). O valor total é praticamente o mesmo do transfer do hotel  (o valor do táxi pode ser dividido).

A melhor opção, sem dúvida, foi contratar a ida com o transfer do hotel (são da Transtur). Tomamos café da manhã e saímos do hostel por volta das 8:45. Corremos muito pelas ruas com nossas malas, mas ao chegar no Hotel Plaza, o hall estava cheio de turistas, pois vários ônibus saem no mesmo horário para diversas cidades. O transfer da agência parte apenas às 9h. Fiquei bastante irritada com a falta de informação, e, como relatado, não tínhamos qualquer comprovante de compra. Fiquei uns 20 minutos na frente de uma funcionária da agência Cubanacan, que estava de papo com uma turista, mas a senhora foi grossa, dizendo que deveria esperar a minha vez, no entanto, estava ansiosa, pois o relógio já marcava 9:20h.
O ônibus que faz o transfer
Ao meu lado estavam dois turistas japoneses que pareciam perdidos, pois só falavam inglês. Por volta das 9:30 apareceu um rapaz e pediu para acompanhá-lo, pois o ônibus estava a uma quadra de distância. Colocamos a mala no bagageiro e subimos. O ônibus era confortável, novo, com ar-condicionado. Embora tivesse banheiro, estava fechado. Notei que é uma prática, pois sempre fazem uma parada em algum estabelecimento com banheiro pago.

Depois de 40 minutos de viagem, fizemos uma parada e em inacreditáveis 2 horas estávamos na porta do resort! Fomos os primeiros a descer. É muita sorte! Em geral, o cansativo desse tipo de transporte é que deixam cada passageiro em seu respectivo hotel.






Todos os resorts de Varadero fazem o check-in às 16 horas. Até mandei um e-mail perguntando sobre a possibilidade e valor do "early" ckeck-in, mas não obtive resposta. Segui até a recepção e o relógio marcava 11:30. A recepcionista foi muito simpática e disse que poderíamos utilizar toda a estrutura do hotel, desde alimentos a bebidas, poderíamos guardar as malas até às 16h. Imediatamente compramos um cartão para acessar a internet por 1,50 CUC (1 hora de uso).


Segui para o banheiro, coloquei o biquíni, guardei a roupa na mala e a deixei no depósito. Em seguida, acessei a internet (não me conectava há 3 dias!). Guilherme parecia um viciado e nem piscava em razão da abstinência virtual (hahaha).

Seguimos para a praia, que estava com o mar calmo (nos dias seguintes foi ficando mais agitado). Deitamos numa espreguiçadeira, pegamos uma bebida e deixamos o tempo passar.

Estava apreensiva com a comida servida, mas almoçamos no restaurante principal (Las Dalias) e não tenho do que reclamar. Embora a comida não seja tão saborosa, tinha um leque com muitas opções. Diversas ilhas de comidas. Optei pelos alimentos feitos na hora. Tinha a opção de peixe, frango, porco, que era colocado na chapa na hora. Além de massa feita na hora. Muitos vegetais, sobremesas, pães, queijos, pizzas, sorvetes. Máquina de refrigerante local. Máquina de cappuccino. Os garçons eram muito simpáticos e o ambiente estava sempre limpo.


Após o almoço, seguimos até a recepção para fazer o check-in. A recepcionista nos colocou a pulseira, deu 2 cartões da porta. Pegamos as malas no depósito e seguimos para o nosso quarto. O quarto era bem amplo e localizado no prédio principal do resort, tinha tv lcd, varanda, ar-condicionado. O banheiro era antigo, com banheira, mas tinha os produtos de higiene - que são escassos em Cuba. A varanda tinha vista para um castelo medieval em homenagem a Dom Quixote e o restaurante "Meson del Quijote". A preguiça foi tanta que não visitei a construção.


O hotel tem diversos tipos de hospedagem. No prédio principal, como ficamos, mas também em casas que ficam espalhadas no terreno do resort. Algumas casas possuem piscina privativa e têm capacidade de até 15 pessoas. O hotel tem uma cafeteria perto da recepção, uma loja, o bar "El colonial", possui três restaurantes temáticos que precisam de reserva prévia (la mariposa, el bamboo e el sitio), mas não lembramos de reservar no horário estipulado, boate. Tem o restaurante principal onde é servido o café, almoço e jantar (Las dalias), além do bar próximo à praia, da lanchonete próxima da praia e da lanchonete e bar da piscina. Existe ainda um serviço de toalhas, algumas lojas de artesanatos, bem como serviço de diversão aquática, que está incluído na diária. 







Descansamos um pouco e voltamos para a praia, agora sem mochila. Entrei na água, tomei alguns drinks. A bebida é resultado de uma mistura de um licor nacional e rum, mas é bem fraco e servido no copo de plástico. Vi alguns hóspedes com suas canecas grandes de acrílico que comportavam 1 litro, assim não precisavam ir ao bar toda hora.



Ao deixar a praia, ficamos na área da piscina, eu bebi piña colada, mojito, enquanto meu amigo permaneceu fiel ao chopp. Aproveite a proximidade com a lanchonete e peguei um hot dog com batatas fritas.



Retornamos ao quarto para o banho e depois seguimos para a área com wi-fi (compramos mais cartões de acesso à internet). Por volta das 19h, uma animadora faz competições com os hóspedes. No primeiro dia teve uma prova de dança dominada pelo casal argentino, mas morria de rir dos dois casais russos (inacreditavelmente, pois russos, em geral, são fechados). 


Há uma boate, mas não consegui ficar acordada até meia-noite, já estava deitada, contudo, meu amigo se animou e saiu para se divertir. 5 minutos depois retornou pro quarto, alegando que só tinha duas pessoas no lugar!

Assim que acordamos, seguimos para o café da manhã, que tem ovos feitos na hora (omelete, ovo mexido, frito), grande variedade de pães, frutas.

O dia foi de praia, ficamos por horas sob o sol de Cuba. Fiquei bastante tempo na água, enquanto Guilherme fazia poses na espreguiçadeira. Deixei agendado uma passeio às 14h de barco, embora o mar já estivesse mais agitado que no dia anterior.

Algumas das casas disponíveis no resort





Acho que dois dias são suficientes para aproveitar Varadero, contudo, quem dispõe de mais tempo, pode fazer um passeio até Cayo Blanco. Os cayos são ilhas onde a natureza está mais preservada. Muitas vezes o mar tem o azul mais turquesa. Os mais famosos são Cayo Coco, Cayo Guillermo, Cayo Largo, Cayo Santa María. Outro passeio possível é pegar o TurBus de Varadero, que custa 5 CUC. O passageiro pode descer e voltar durante todo o dia.

Antes do horário estipulado, o responsável pelos passeios aquáticos me chamou. Coloquei o colete salva-vidas, subimos no veleiro e navegamos por 30 minutos. Ventava bastante e tínhamos que nos segurar com força, pois não tinha assento, apenas uma tela esticada. No fim, perguntou se gostaríamos de ver os peixes de snorkel, por apenas 20 CUC por 1 hora. O preço é ótimo, mas acabamos deixando de fazer a atividade.






Almoçamos e depois aproveitamos a piscina até o entardecer, quando voltamos para a praia com o objetivo de apreciar o pôr do sol.







Próximo ao nosso quarto tinha uma loja de conveniência que vendia rum Havana Club, entre outros. Comprei algumas garrafas. Guilherme já tinha comprado camisetas para os sobrinhos na loja do térreo, mas depois comprou garrafinhas de rum também. 


No jantar teve uma cena comovente: Guilherme começou a chorar compulsivamente. Naquele dia um senhor, o garçom, veio conversar conosco, perguntando de que parte do Brasil a gente era, pois tinha amigos médicos trabalhando no Rio Grande do Sul. Eles servem o café da manhã, almoço e jantar, ou seja, uma jornada de 12 horas, pelo menos, mas não acredito que trabalhem todos os dias. Depois fui deitar, enquanto meu amigo ficou no bar, bebendo, mas também procurando algum "boy". E teve sorte, segundo me relatou. Enquanto procurava um lugar para sua "pegação", disse que conversou com o segurança, pois queria saber um pouco sobre a vida dele. Contou que ganha 25 CUC mensalmente (cerca de 100 reais), mas tem casa própria.

No dia seguinte, o check-out estava marcado para 11 horas, logo, acordamos por volta das 8 horas, tomamos café da manhã, aproveitamos a praia, que estava com bandeira vermelha! Depois nos arrumamos para seguir viagem. Compramos online, na Víazul, a passagem com saída ao meio-dia. Na recepção, perguntei se podiam chamar um táxi, mas me disseram para pegar na porta. O primeiro cobrou 10 CUC, achei muito caro para uma distância de 3 km! O segundo veio e cobrou o mesmo valor, me disse que era tabelado, mas duvido.




O Táxi que pegamos ao menos era um carro antigo bonito, que nos deixou na rodoviária em poucos minutos. O site pedia para levar o ingresso impresso, mas Guilherme não tinha lembrado, contudo, nós dois tivemos que trocar a passagem por um bilhete de papel na rodoviária. Os primeiros ônibus que apareceram eram novinhos, mas depois de uns 30 minutos de espera apareceu o nosso, caindo os pedaços!!! O banheiro, como de costume, estava fechado, não tinha lugar marcado, embora tivesse uma numeração no bilhete, as poltronas estavam gastas. A viagem levou mais de 3 horas. A surpresa: todos diziam que o ônibus iria direto para a rodoviária, que fica em Novo Vedado, mas o motorista avisou que pararia no final do túnel que fica próximo ao Paseo del Prado! Informei ao motorista que desceríamos ali. Seria possível andar até a casa particular em Centro Habana, onde nos hospedaríamos, no entanto, precisava ir ao banheiro, então, pegamos um táxi, que cobrou 5 CUC. O carro era tão velho que se me cortasse pegaria tétano! 







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Experiências incríveis!